Explanação sobre a Diabetes Mellitus: Tipos, Prevenção e Cuidados

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O diabetes mellitus é uma doença que é caracterizada pela elevação da glicose no sangue. Isso é devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, produzido no pâncreas pelas chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. Diversas condições podem levar ao diabetes, porém a grande maioria dos casos está dividida em Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2 (SUDDARTH, 2009).

O diabetes tipo 1 é resultado da destruição das células beta pancreáticas por um processo imunológico, ou seja, pela formação de anticorpos pelo próprio organismo contra as células beta levando a deficiência de insulina. O quadro clínico mais característico é de um início relativamente rápido (alguns dias até poucos meses) de sintomas como: sede, diurese e fome excessivas, emagrecimento importante, cansaço e fraqueza. Se o tratamento não for realizado rapidamente, os sintomas podem evoluir para desidratação severa, sonolência, vômitos, dificuldades respiratórias e coma. Esse quadro mais grave é conhecido como Cetoacidose Diabética e necessita de internação para tratamento (MOREIRA, 2012).

No diabetes tipo 2, a insulina é produzida pelas células beta pancreáticas, porém, sua ação está dificultada, caracterizando um quadro de resistência insulínica. Isso vai levar a um aumento da produção de insulina para tentar manter a glicose em níveis normais. Quando isso não é mais possível, surge o diabetes. A instalação do quadro é mais lenta e os sintomas – sede, aumento da diurese, dores nas pernas, alterações visuais e outros – podem demorar vários anos até se apresentarem. Se não reconhecido e tratado a tempo, também pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma (DAMIANI, 2008).

Já o diabetes gestacional é caracterizada como uma intolerância dos carboidratos durante a gestação, e podendo ou não continuar após o parto. Pode representar, às vezes, o aparecimento do DM2 durante o período gestacional. Existem fatores que são levados em conta para desenvolver o DMG, tais como: idade de trinta de cinco anos ou mais, sobrepeso ou obesidade (antes da gestação), ou ainda aumento de peso exagerado durante o período gestacional, histórico diabetes na família, ou seja, um fator genético, baixa estatura (menor que 1,5 m), crescimento do feto excessivamente anormal, polidrâmnio (aumento do líquido amniótico excessivo), hipertensão ou pré-eclampsia na gravidez atual, antecedentes de macrossomia ou DMG e síndrome de ovários policísticos (DIRETRIZES SBD, 2009).

Os pacientes diabéticos também apresentam maior incidência de catarata, impotência sexual, hipertensão, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio. existem diversas hipóteses para o desenvolvimento das complicações crônicas do DM, no entanto a hiperglicemia crônica é considerada a sua causa principal (O’KEEFE, 2010).

Durante as consultas de enfermagem será necessário orientar o paciente a realizar medidas que melhorem a qualidade de vida, como controlar sempre a glicemia; estimular e auxiliar a desenvolver seu plano de autocuidado; manter hábitos alimentares saudáveis; estimular a prática de atividade física regular; o tratamento farmacológico deverá ser iniciado se necessário com o uso dos antidiabéticos orais ou uso de insulina, será fundamental estabelecer metas para manter o controle de peso, o apoio para realizar as mudanças no estilo de vida é fundamental, realizar uma entrevista motivacional também é uma estratégia positiva para a saúde do indivíduo.

Um ponto a ser observado em pessoas com diabetes e que merece ser tratado com atenção é a depressão e a ansiedade. A mesma causa bastante sofrimento na vida dessas pessoas, pois os mesmos na maioria das vezes encontram-se com a autoestima diminuída devido as limitações impostas pelo diabetes, a exemplo das restrições nutricionais; uso contínuo de medicamentos; dificuldade de alcançar as metas de controle; discriminação no ambiente de trabalho ou no mercado de trabalho. Esses fatores acabam fragilizando tanto emocionalmente como psicologicamente causando dessa forma uma desmotivação em seguir os cuidados necessários.

Autor: Richardson Rocha Souza, 10º Período em Enfermagem da UniAGES (Paripiranga-BA).

REFERÊNCIAS

Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Hipertensão Arterial Sistêmica/ Ministério da saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da saúde, 2013.

BRUNNER & SUDDARTH, Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

DAMIANI, D.; DAMIANI, D. Complicações Hiperglicêmicas Agudas no Diabetes Melito 1 do Jovem. Arq Bras Endocrinol Met, São Paulo, v. 52, 2008.

DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2009. Sociedade brasileira de diabetes. 3 ed. Itapevi: A. Araújo Silva Farmacêutica, 2009.

O’KEEFE, Jr., James H. Fundamentos em diabetes / James H. O’Keefe, Jr., David S. H. Bell, Kathleen L. Wyne; tradução Paulo Henrique Machado. – 4. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2010.

LOTTENBERG, Simão A. Liga de controle de Diabetes Mellitus / Simão A. Lottenberg. – São Paulo: Editora Atheneu, 2010.

ROBBINS E COTRAN, bases patológicas das doenças / Vinay Kumar… [et al]; [tradução de Patrícia Dias Fernandes… et al]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) Brasília, DF: Autor. 2011.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Gestão Clínica de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus da Atenção Básica. Brasília, DF: Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, 2012.

 

 

 

 

 

 

 

 

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